sábado, 28 de dezembro de 2019

O que é esse SELF que se busca?



A Psicanálise surgiu com Sigmund Freud, médico, alemão, psiquiatra que desenvolveu estudos e teorias para explicar os distúrbios da mente humana. Um campo tão novo e inexplorado pela medicina que só sabia tratar de aspectos puramente físicos nos humanos. Todos os méritos a esse Mestre que mergulhou nas profundezas da psique e com suas teorias começou a promover curas.
Mas um outro médico psiquiatra suíço, mais jovem, chamado Carl Gustav Jung, admirador de Freud, que teve com ele, por um bom tempo, uma parceria - deixando até que Freud pensasse que Jung seria seu fiel discípulo- Incorporou outros estudos próprios à psicanalise (de viagens que fez pelo mundo e de estudos de outras culturas), criando outros conceitos não aceitos por Freud e nem pelos outros médicos da Sociedade de Psicanalise da época, forçando-o a criar a Psicologia Analítica.
Jung não concordava muito com a teoria de Freud de que TODOS os distúrbios psicóticos e emocionais eram de causa sexual. Também, através de análise de vários relatos de pacientes em diferentes lugares e situações, compilou características comuns nestes relatos e desenvolveu a tese do Inconsciente Coletivo. Estas eram diferenças básicas que provocaram a ruptura dos dois mestres da psicanálise.
Jung defendeu que cada ser humano é único e tem sua própria bagagem de experiências emocionais, divididas e armazenadas entre os dois setores da mente, já antes estipulados: Consciente e Inconsciente. Mas que, além disso, este ser traria em seu inconsciente, uma parte que pertenceria a um todo, ao coletivo da humanidade, que era transmitida de pai para filho ou através de gerações lá de antepassados, e que seria idêntico em todos os humanos, não importando sexo, cor, raça ou localização no planeta. Esta é a explicação simplificada do conceito de Inconsciente Coletivo.
Dentro da teoria de Inconsciente Coletivo, Jung descreveu vários Arquétipos (estas personalidades - modelos de perfeição, pertencentes ao coletivo, e que todos os humanos conhecem e convivem em diferentes etapas de sua existência terrena). Um exemplo clássico é o Arquétipo de Mãe. Todo humano, em qualquer lugar e de qualquer raça ou cor, já “nasce sabendo” o que é esse conceito de mãe, aquela que dá a luz, amamenta e protege, educa e transmite amor. Todo ser teve mãe ou vai ser mãe (no caso das mulheres) ou tem algum contato com esse conceito do que é uma Mãe.
São muitos os Arquétipos propostos por Jung, mas o principal deles é o SELF (ou o Si mesmo). Jung foi buscar no Iching explicações sobre a dualidade da vida e como nós encontramos a paz no equilíbrio entre esses dois lados de nós mesmos...  Esse ser interior, equilibrado e resolvido ele chamou de Self, o principal arquétipo proposto e aquele que mais buscamos entender.
Vale ainda salientar, rapidamente nesta breve explicação sobre o Self, uma diferença importante entre Self e Ego. Para simplificar, eu colocaria que o Ego pertence ao Consciente de um ser humano. O Ego tem aspectos inconscientes sim, mas ele é criado a partir de todas as vivências conscientes deste ser no planeta. Tudo que ele aprende no social, como o bem e o mal, o certo e o errado, o que pode e o que não pode, todos os aprendizados culturais como escolas, faculdade, as expertises profissionais, tudo isso constrói o seu jeito de ser, sua personalidade e suas crenças e tudo isso é o EGO. Mas o Self engloba o ego - é muito maior, porque tem aspectos inconscientes da essência do ser.
Numa visão minha, espiritualista, (claro que Jung não falou disso, mas chegou bem perto...) eu colocaria o Self pertencendo ao espírito, com toda sua bagagem de muitas vidas e conhecimento mais abrangente do Todo e da realidade do ser como centelha e criação divina. Enquanto que o ego pertence ao limitado conhecimento do ser humano, preso na matéria como “avatar” do espírito nessa passagem pela Terra.
Esse trabalho de autoconhecimento do Si mesmo tem sido cada vez mais valorizado, e há teorias de que quem consegue, através da meditação e de exercício de ondas teta, acessar esse seu inconsciente, entende esse conhecimento maior armazenado no Self.
Yin-Yang
Simbolo do Iching que representa a dualidade da vida. Nem tudo é só branco ou só preto. O branco tem um pingo do preto e o preto tem um pingo do branco e as duas partes se encaixam em metades opostas e simétricas num perfeito equilíbrio.
Assim é o Self, o Arquétipo que demonstra o estado perfeito de equilíbrio, quando o ser fica em paz com seus opostos de bem e mau, de frio e quente, de dia e noite, e todos os demais opostos que enfrentamos neste mundo Dual.

Por isso, todos aqueles que querem se entender profundamente, aqueles que buscam uma consciência do por que viemos aqui, por que estamos e depois para onde vamos, está na Busca do SELF.  
28-12-19 Lucy Dolácio

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