Mas um outro médico psiquiatra suíço, mais jovem, chamado Carl Gustav Jung, admirador
de Freud, que teve com ele, por um bom tempo, uma parceria - deixando até que Freud
pensasse que Jung seria seu fiel discípulo- Incorporou outros estudos
próprios à psicanalise (de viagens que fez pelo mundo e de estudos de outras
culturas), criando outros conceitos não aceitos por Freud e nem pelos outros
médicos da Sociedade de Psicanalise da época, forçando-o a criar a Psicologia Analítica.
Jung não concordava muito com a teoria de Freud de que TODOS os distúrbios psicóticos e emocionais eram de causa sexual. Também, através de
análise de vários relatos de pacientes em diferentes lugares e situações, compilou
características comuns nestes relatos e desenvolveu a tese do Inconsciente
Coletivo. Estas eram diferenças básicas que provocaram a ruptura dos dois
mestres da psicanálise.
Jung defendeu que cada ser humano é único e tem sua própria
bagagem de experiências emocionais, divididas e armazenadas entre os dois
setores da mente, já antes estipulados: Consciente e Inconsciente. Mas que,
além disso, este ser traria em seu inconsciente, uma parte que pertenceria a um
todo, ao coletivo da humanidade, que era transmitida de pai para filho ou
através de gerações lá de antepassados, e que seria idêntico em todos os
humanos, não importando sexo, cor, raça ou localização no planeta. Esta é a explicação
simplificada do conceito de Inconsciente Coletivo.
Dentro da teoria de Inconsciente Coletivo, Jung descreveu
vários Arquétipos (estas personalidades - modelos de perfeição, pertencentes ao coletivo,
e que todos os humanos conhecem e convivem em diferentes etapas de sua
existência terrena). Um exemplo clássico é o Arquétipo de Mãe. Todo humano, em
qualquer lugar e de qualquer raça ou cor, já “nasce sabendo” o que é esse
conceito de mãe, aquela que dá a luz, amamenta e protege, educa e transmite
amor. Todo ser teve mãe ou vai ser mãe (no caso das mulheres) ou tem algum
contato com esse conceito do que é uma Mãe.
São muitos os Arquétipos propostos por Jung, mas o principal
deles é o SELF (ou o Si mesmo). Jung foi buscar no Iching explicações sobre a dualidade
da vida e como nós encontramos a paz no equilíbrio entre esses dois lados de
nós mesmos... Esse ser interior,
equilibrado e resolvido ele chamou de Self, o principal arquétipo proposto e
aquele que mais buscamos entender.
Vale ainda salientar, rapidamente nesta breve explicação
sobre o Self, uma diferença importante entre Self e Ego. Para simplificar, eu
colocaria que o Ego pertence ao Consciente de um ser humano. O Ego tem aspectos
inconscientes sim, mas ele é criado a partir de todas as vivências conscientes deste ser no
planeta. Tudo que ele aprende no social, como o bem e o mal, o certo e o
errado, o que pode e o que não pode, todos os aprendizados culturais como
escolas, faculdade, as expertises profissionais, tudo isso constrói o seu jeito
de ser, sua personalidade e suas crenças e tudo isso é o EGO. Mas o Self
engloba o ego - é muito maior, porque tem aspectos inconscientes da essência
do ser.
Numa visão minha, espiritualista, (claro que Jung não falou
disso, mas chegou bem perto...) eu colocaria o Self pertencendo ao espírito,
com toda sua bagagem de muitas vidas e conhecimento mais abrangente do Todo e
da realidade do ser como centelha e criação divina. Enquanto que o ego pertence
ao limitado conhecimento do ser humano, preso na matéria como “avatar” do
espírito nessa passagem pela Terra.
Esse trabalho de autoconhecimento do Si
mesmo tem sido cada vez mais valorizado, e há teorias de que quem consegue,
através da meditação e de exercício de ondas teta, acessar esse seu
inconsciente, entende esse conhecimento maior armazenado no Self.
Yin-Yang
Simbolo do Iching que representa a dualidade da vida. Nem
tudo é só branco ou só preto. O branco tem um pingo do preto e o preto tem um
pingo do branco e as duas partes se encaixam em metades opostas e simétricas
num perfeito equilíbrio.
Assim é o Self, o Arquétipo que demonstra o estado perfeito
de equilíbrio, quando o ser fica em paz com seus opostos de bem e mau, de frio
e quente, de dia e noite, e todos os demais opostos que enfrentamos neste mundo
Dual.
Por isso, todos aqueles que querem se entender
profundamente, aqueles que buscam uma consciência do por que viemos aqui, por
que estamos e depois para onde vamos, está na Busca do SELF.
28-12-19 Lucy Dolácio
Muito bom...
ResponderExcluirYin e Yang não existem separadamente... Todos fazemos parte do todo, não existe exceção.
Amei 👏👏
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